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Miss.Cacilda Barbosa Santiago

terça-feira, 9 de outubro de 2018

O desafio de cavar poços apesar de tudo... (Gn 26)

foto: Deserto do Saara - Marrocos| by dani.Vucinic
Isaque e o  desafio de cavar poços apesar de tudo... (Gn 26)
 Conforme o relato bíblico em Gênesis capitulo 26, podemos constatar uma experiencia de vida, que é  comum na nossa caminhada passageira nessa terra, às vezes nos cansamos de cavar poços, mas com perseverança e fé sempre poderemos chegar à vitória.
 Poços são as fontes de águas para a nossa sobrevivência, é uma riqueza importante para a subsistência. Nos tempos do antigo testamento, os poços era como simbolo de vida de cada família. Não tem como ninguém sobreviver e prosperar sem água.
 Isaque, com sua família diante de uma grave fome sobre a terra, tiveram  que mudar-se da sua terra natal, e já no território de uma lucrativa rota das caravanas, cuja cidade de Gerar, que em hebraico, significa "região" ou "lugar do pernoite", era principal cidade dos filisteus, lá se encontra com Abimeleque, rei dos filisteus. Provavelmente Isaque pensava que seria apenas uma passagem por lá, pois seu objetivo era chegar até o Egito, na época, a região  mais estruturada diante das seqüelas da fome na região, devido a força e influencia do rio Nilo que supria o Egito e adjacências, que o tornava portanto, o principal ponto de refúgio das famílias que tinham condições de migrar para outras regiões em busca de sobrevivência. No entanto, Isaque em Gerar recebe uma negativa da parte de Deus a respeito do Egito:”não desça ao Egito, mas fique na terra que eu lhe indicar. Habite nela, e serei com você e o abençoarei” (v. 2-3). E ainda faz promessas de bênçãos, de proteção e prosperidade relembrando a fidelidade de seu pai Abraão.  Mas a negativa de Deus, humanamente falando, parecia mais um decreto de morte,  pois só havia vida próspera no Egito! No entanto, Isaque preferiu confiar em Deus e optar pelo sobrenatural.Precisamos ser sensíveis a voz do Senhor, e  “andarmos por fé e não por vista”, foi isso que Isaque fez ao obedecer o direcionamento de Deus.
 Deus fez maravilhosas promessas para Isaque, e é importante lembrar, que nem sempre lindas promessas são sinônimos de dias ensolarados, ou de facilidades... e que promessas passam pelo teste da fé, do tempo e das adversidades. Quanto maiores forem as promessas, maiores serão os desafios e obstáculos a serem vencidos. Com Isaque não foi diferente, já após a promessa recebida, e dada sua fragilidade humana,  sucumbiu ao medo de declarar que Rebeca era sua esposa, e mentindo disse que era sua irmã, sendo a mentira posteriormente constatada pelo próprio rei Abimeleque que viu por uma janela., afinal não há nada oculto que não seja revelado. E, conforme o adágio popular “a mentira tem perna curta”, principalmente para os que estão debaixo de promessas do Senhor e não confiam o suficiente diante das pressões circunstanciais. Mas a misericórdia de Deus o fez prevalecer e continuar no lugar da promessa.
 E,  Isaque semeou naquela terra, que apesar da aceitação de Abimeleque, era terra em que havia homens eram maus, terra de inimigos, mas a terra que tinha uma promessa sobre a vida do servo do Senhor. Não podemos desistir de semear, mesmo se olharmos para aqueles que não são favoráveis a nossa presença. Não desista de semear na terra em que Deus prometeu te abençoar! E,  conforme v. 12-14 vemos a benção de Deus e a prosperidade na semeadura de Isaque ao ponto de despertar a INVEJA naquele povo. Infelizmente, movidos pela inveja, houve uma conspiração local e passaram a entulhar e encher de terra todos os poços que os servos de seu pai Abraão haviam cavado naquela terra (v.15), deixaram o resultado de um árduo trabalho totalmente sem serventia, e a fonte das águas que nutririam a semeadura de Isaque desprovida de condições de sobrevivência. Mas, " a benção do Senhor é que enriquece e não acrescenta dores" com a benção de Deus nada impede o que nEle confia de sobreviver e prosperar mesmo em meio a terra de adversidades. Diante dessa realidade e surpreendente prosperidade de Isaque, Abimeleque lhe dar  uma ordem  saia da terra, alegando que Isaque se tornou mais poderoso que o próprio povo. Isaque humildemente, apesar de ter prosperado naquele lugar, seguiu em frente, e foi acampar, morar em situação provisória, no vale de GERAR, região ainda mais difícil. No vale de Gerar, o resiliente Isaque recomeça o trabalho de  reabrir os poços entulhados, uma tarefa cansativa, desgastante e ainda envolta num sentimento de frustração, e para celebrar como memorial de reinauguração dos poços, Isaque mantinha os mesmos nomes nos poços definidos por seu pai Abraão. Diante das frustrações e desgaste, não podemos nos esquecer dos marcos de bençãos já recebidas "não te esqueças de nenhum de seus benefícios" (Sl 103.2), e ainda em Lm 3.21 "trarei a memória, aquilo que pode me dar esperança".
 Mesmo diante das adversidades, havia uma promessa de  Deus de prosperidade, e Isaque e seus servos seguem no desafio e com esperança cavam  mais POÇOS no vale, e encontraram um poço melhor ainda, um poço de água nascente, uma riqueza para os moradores, no entanto,  houve um conflito com os pastores da região, que declararam “essa água é nossa!”, e como dói, você trabalhar arduamente e quando conquistar o objetivo, ser totalmente  injustiçado, e perder todo seu trabalho para outro que não trabalhou, e que apenas se vê no direito de ser dono daquilo que você conquistou, e foi algo bem intenso no debate e no conflito, tanto é que Isaque deu o nome da este poço de “Eseque” que significa “discussão”. Perderam a questão, mas em seguida, o perseverante Isaque e seus servos cavaram outro povo, mas o problema persistiu, pois os homens do lugar  não admitiam a prosperidade de Isaque, novamente surgem conflito e confusão, desta feita mais intenso, ao ponto de Isaque dar a este poço o nome de “Sitna” que significa “inimizade”, algo intenso e diabólico. Mas, o Isaque que tinha promessa e a benção de Deus, não desistiu de cavar poços, mudou a estratégia, mudando de lugar, no versículo 22 diz “partindo dali, Isaque cavou ainda outro poço”... Imagino que apesar do desgaste no vale, apesar das frustrações e injustiças, Isaque manteve seu foco na promessa de Deus, então ao cavar mais esse poo, em outro lugar, não houve conflito, então Isaque deu o nome de “Reobote” que significa “Lugar espaçoso”, entendendo que o Senhor lhes abriu espaço e que  haveria ainda mais a prosperidade prometida por Ele. Mas, mesmo com a prosperidade, Isaque não se acomodou, seguiu para Berseba, lugar onde o Senhor lhe apareceu, lhe consolou, prometeu sua presença e  renovou a sua promessa de bênçãos sobre sua vida e de seus descendentes. Então Isaque, novamente arma a sua tenda e abrem ali um poço. Diante disso, Abimeleque e sua equipe de comando  seguem para visitar a Isaque, situação inusitada que incomoda Isaque e lhe leva a perguntar o “porque de estarem ali, já que teve ódio e foi expulso do meio deles” (v. 27), diante da situação os próprios inimigos reconhecem que Deus estava com Isaque e desejavam fazer uma aliança com ele. A alegação dos mesmos era de que foram bondosos com Isaque, mas é evidente que se houvesse essa bondade  toda, não teria acontecido tantas injustiças e conflitos. Mas, enfim.  passou o tempo da omissão, da perseguição, e perceberam que havia de fato algo diferenciado na vida de Isaque, que por sua vez lhes serviu um banquet, um banquete de honra, pois Deus é especialista em “preparar uma mesa diante dos inimigos” (Sl 23),  e pela madrugada, seguem junto  e fazem um juramento de paz .Após essa atitude benigna e nobre de Isaque, que preparou um banquete para aqueles que deveriam ajudá-lo, e não o fizeram, mas com a sua resiliência e capacidade de superação obteve mais bênçãos de Deus. E conforme narra no versículo 32, “nesse mesmo dia” , os seus servos chegaram com a notícia de que tinham cavado mais um poço e encontraram água! Há uma resposta para quem engole o orgulho, há um milagre para quem persevera, há um milagre para quem semeia a paz mesmo quando há ódio, há milagre para quem decide perseverar em cavar poços!. E, para este poço, encontrado num dia especial, Isaque deu o nome de “Seba” que significa “juramento” (v.33).
Que mesmo desgastados, e às vezes injustiçados, não desistamos de cavar poços no deserto. Com certeza chegaremos aos “reobotes” e aos “sebas” em nossa histórias. Que os poços de “seba” nos façam relembrar das promessas e juramentos do Senhor para com a nossa história, que os poços conquistados nos lembrem que DEUS é Deus de aliança e é Fiel para cumprir tudo o que nos tem prometido. Não se renda ao cansaço e  desgaste de cavar poços, continue firme e constante, pois com a nossa perseverança, na hora certa, poderemos celebrar as promessas do Senhor e Sua fidelidade para conosco. “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor. (I Co 15.58)
Ele é o Senhor, o nosso Deus; seus decretos são para toda a terra. Ele se lembra para sempre da sua aliança, por mil gerações, da palavra que ordenou, da aliança que fez com Abraão, do juramento que fez a Isaque.  (Sl 105.7-9)
Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?  Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar. (Nm 23.19-20)
 Miss. Cacilda Barbosa Santiago
Rio Branco-Acre, Brasil. 2018

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