“O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está
nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos
homens.” (Sl 11.4)
A nossa trajetória nesta terra nos possibilita muitas
experiências algumas doces , outras amargas, dias bons e dias maus. Mas uma das
situações que proporciona certa inquietude e desalento é quando nos dias
amargos e maus temos como resposta o silêncio de Deus, quando suas “pálpebras
se fecham” e nos provam.
Nos deparamos com o Silêncio de Deus, quando Ele se cala a
nosso respeito ou a algo que temos pedido. A
impressão humana que sentimos é de abandono, nos sentimos esquecidos,
desamparados, desprestigiados, o que
favorece um ambiente de
frustração e consequentemente uma
confrontação direta para com a nossa FÉ em Deus.
A dimensão do silencio
em um texto escrito é dimensionada através dos sinais de pontuação como a
virgula, o ponto e virgula, dois pontos, reticências, ponto continuando e até um ponto final.
Na vida também enfrentamos
as pausas breves, longas,
definidas, continuáveis etc. Embora, a
quando se fala da dimensão do silencio de Deus, por mais que seja breve,
ecoa como uma eternidade, como um abismo, um vazio em que se ouve apenas o eco
da própria voz em meio a um vale.
O patriarca Jó passou
por esta aflição em meio a sua dor e extrema provação chegando a expressar:
"Ah quem me deram um que me ouvisse! Eis que o meu
desejo é que o Todo-Poderoso me responda, e que o meu adversário escreva um
livro."(Jó 31.35)
O Salmista Davi por
sua vez, em várias ocasiões de angústia
e espera expressou em seus cânticos a sua dor diante do silencio de Deus:
“Ó Deus, não estejas em silêncio; não cerres os ouvidos nem
fiques impassível, ó Deus”.( Sl 83.1); “Até quando me esquecerás, SENHOR? Para sempre? Até
quando sofrerei com preocupação e tristeza no coração, dia após dia? Até quando
prevalecerá o inimigo contra mim?”(Sl 13.1-2)
A mulher siro fenícia clamando por Jesus, obteve como
resposta um silencio dilacerador, e como agravante o descaso e rejeição dos
discípulos: “Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando
ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós “.
(Mt 15:23).
Em todas essas situações como em muitas e muitas outras
citadas na Bíblia Sagrada, vimos que Deus entrou com a devida providencia no
tempo dEle. Deus ouve, mas a resposta está relacionada à Sua Soberania. E em
meio ao silencio, não podemos esquecer da Soberania de Deus. Soberania
significa governo, e a soberania de Deus significa que Deus governa sua criação
com absoluto poder e autoridade. Ele determina o que vai acontecer, e acontece.
Ele faz o que quer, como quer, quando quer e para quem Ele quer, isso é
Soberania.
O Soberano Deus decidiu silenciar, Ele conhece a estrutura de
cada pessoa, sabe até quando suportamos. “Conhece a nossa estrutura e se lembra
que somos pó”.
Nesta hora de Silencio, precisamos ser sensíveis a presença
de Deus, por mais que não fale, que não aconteça, mas Ele está conosco, é o
tempo do silêncio, e não do abandono e do desprezo, porque Deus jamais
desampara os seus filhos.
Jó, Davi, a mulher siro-fenícia e tantos outros, frágeis como
nós, entenderam perfeitamente como lidar
com o Silencio de Deus, compreendendo o
princípio da Sua Soberania, expressaram seus
sentimentos e apelos ao Senhor, mas fizeram algo a mais neste momento, algo que
demostra superação, Eles ADORARAM ao
Senhor, O Senhor que está nos céus, o Senhor que tem os seus olhos atentos, ao
Senhor que tem todo Poder nos céus e na terra. O TEMPO está sob o seu comando e
nada nem ninguém impede o AGIR de Deus.
Portanto, se você está na pausa, no silencio de Deus na tua
vida, na tua história, ESPERE, e ADORE, ADORE, ADORE ao Senhor que Reina, e
toda amargura, frustração será dissipada e substituída pela CONFIANÇA no Deus
que Governa e Reina para Sempre!
“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se
percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que
nele espera". (Is 64.4)