Tenho pensado sobre a sobrevivencia em meio ao caos, em meio a nebulosidade oriunda das tempestades, em meio aos cacos, precisando desesperadamente ser reconstruída e restaurada pela habilidade suprema do Soberano Deus, o Grande Oleiro.
Quando somos vasos, pelo menos estamos intactos, inteiros, as vezes empoeirados, as vezes rachados, mas sempre vaso. Mas, quando no processo do Oleiro deixamos de ser vasos, e nos tornamos simplesmente cacos? Pedaços, pó, poeira, partículas…um nada ao vento…
O patriarca Jó passou por este processo de se sentir caco, pó, um “nada miúdo e moído”, e somente quem passa ou já passou pela moinha do Oleiro, conhece esta dolorida moldagem. Jó consciente da sua condição de barro e vulnerabilidade nas mãos do Criador suplicou e firmou:” As tuas mãos me plasmaram … Lembra-te de que me formaste como em barro” (Jó 10:8,9); “Lembra-te de que me moldaste como o barro; e agora me farás voltar ao pó?” (Jo 19:9)
Nossos pedaços anseiam por Deus, e ao mesmo tempo o questionam,como filhos temos liberdade de conversarmos com nosso Pai e sermos sinceros com Ele, sem contudo sermos amargos e contendermos contra Deus, pois é fundamental para nossa sobrevivencia reconhecermos nossa total dependencia de Deus, nossa fragilidade, e grandeza do criador, Seu poder e Soberania acima de tudo e de todos. “Ai daquele que contende com seu Criador, daquele que não passa de um caco entre os cacos no chão. Acaso o barro pode dizer ao oleiro: ‘O que você está fazendo?’ Será que a obra que você faz pode dizer: ‘Você não tem mãos?’ (Isaías 45.9).
Como é complexo para o caco em meio aos seu contexto não questionar, mas orar, suplicar, adorar, depender e reconhecer. Somente assim haverá a possibilidade de reconstrução, pois nas Mãos do Senhor o nosso Jeová Rafá – sig. “Aquele que cura, aquele que sara, que restaura, que torna tudo novo”, somente Ele é capaz de emendar os cacos e fazer algo novo e sobrenatural em nossas vidas. Deus não tem apenas o poder de ser o Maior “super bond”,mas de além de colar, restaurar por completo, sem trincagens, sem emendas, é restauração completa:
“Vede, agora, que Eu Sou, Eu somente, e mais nenhum deus além de mim; eu mato e eu faço viver; eu firo e eu saro; e não há quem possa livrar alguém da minha mão.” (Dt 32.39)
Aos pedaços no sentimos fracos, amedrontados, sem forças, sozinhos em meio ao nada, mas o Deus, que reconstroi, nos promete Sua fiel presença e sustento:
“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” (Is 41.10). Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo (Is 41.13).
Quando nos sentimos aos cacos, nossa fraqueza é evidenciada, mas deve ser um motivo de glorificação para o nome do Senhor,pois o Poder de Deus é aperfeiçoado em nossas vidas exatamente através das fraquezas, conforme nos ensinou o apóstolo Paulo: “Não me glorio senão na fraqueza e Deus diz: a minha graça te basta – o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte. (II Co 12.5-10).
O resultado de ser caco, no tempo de Deus é sempre surpreendente, pois o maior tesouro está contido no vaso trabalhado por Deus:
“Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre por toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos. E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida”.( 2 Co 4.7-12)
Há esperança, Deus Pode e quer FAZER de cada um de nós uma BENÇÃO, e RESTAURAR todos os CACOS fazendo um VASO DE HONRA para a Glória do SEu nome!
Fraternalmente,
Miss. Cacilda Barbosa
